quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

espaço noticioso

Nesta semana, no telejornal, um jornalista informava-me de que na sequência de envenenamento por ingestão de cogumelos, dois doentes no Porto, Coimbra e Lisboa, aguardam um transplante de fígado.
Algo me diz que pelo menos um dos pacientes vai precisar de bem mais que apenas um transplante de fígado...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ensaio religioso

Transcende-me a forma como alguns indivíduos que nasceram na chamada 'Era da Informação' e seguidores de uma determinada religião, não se questionam relativamente ao motivo pelo qual não seguem outra religião qualquer - e há realmente muito por onde escolher!
Transcende-me também a forma como alguns acreditam veementemente que não foram simplesmente endoutrinados, enquanto crianças, com a religião dos familiares próximos e refutam tal observação - facto, na verdade - com 'a escolha foi minha!'.
Insisto em perguntar a cristãos, que religião acham que seguiriam se eventualmente tivessem nascido no Irão, no seio de uma família muçulmana... Nunca obtive uma resposta concreta. Os mais imersos na religião - também conhecidos como fanáticos - respondem com chavões do género 'deus escreve direito por linhas tortas... De alguma forma o meu deus haveria de chegar até mim!', o que é simplesmente frouxo e penoso. Mas, já agora, como é que isso haveria de acontecer? Após um atentado bombista a uma livraria, uma bíblia saía disparada do meio da explosão, batia-lhes na cabeça e o impacto era tão forte que eles achariam boa ideia idolatrar um deus que inevitavelmente os levaria à morte, dado que - não se esqueçam - se encontrariam em pleno Irão?! Além do mais, não creio que bíblias sejam algo que se veja com frequência no Irão. Nem livrarias, agora que penso nisso.
Regressando ao primeiro parágrafo, há também quem diga que embora os familiares sejam cristãos, nunca os instigaram a nada e que sempre tiveram escolha. Pois sendo que a escolha era 'ou acreditas NESTA religião, ou não.' com um implícito 'nós acreditamos todos!' acrescido, não me parece que ela tenha realmente existido.
Na generalidade das situações e para garantirmos uma escolha acertada, devemos considerar TODAS as opções disponíveis. Algo que claramente não acontece nesta circunstância. Como já referi antes, existem inúmeras religiões e talvez até a criança decidisse que seguiria a cientologia - o que seria um bom indicador de que o puto é uma besta, e de que o seu desenvolvimento a partir daquele momento seria sempre acompanhado por um severo défice de inteligência.
Mas, numa segunda análise, porque é que uma criança haveria de escolher uma determinada religião, para começar? A mesma criança que não tem aptidão para escolher um partido político, não tem aptidão para votar, e pelos mesmos motivos não pode ser totalmente responsabilizada pelas suas acções, subitamente possui aptidão suficiente para integrar um determinado grupo religioso e ter uma posição moral relativamente à origem do Universo?
Que seriedade é esperada de qualquer religião, tendo em conta estes termos?
E que credibilidade tem qualquer religião, tendo em conta que as crenças variam conforme a zona do globo em que nos encontramos?

Quando o grupo no qual estás inserido te começa a privar de pensar, então é a altura perfeita para sair.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ditos III:

'Rasgar em 1000 pedaços.' - a incoerência desta expressão deixa-me confuso. Afinal o documento em questão era suficientemente inútil para rasgar, mas importante o suficiente para contar o número de pedaços em que foi rasgado?!

'Dar uma vista de olhos...' - isto é o que a maioria das pessoas diz, quando na verdade não pretende ver seja o que for que está em questão e simplesmente não quer saber. Expressa a ideia da visualização concisa de determinado documento ou objecto; requer o sentido da visão. Mas isso significa que se estivermos a falar de algo que seja necessário ouvir, podemos dizer que vamos dar uma audição de ouvidos? E um farejo de nariz, se requerir o olfacto? Talvez até um toque de mãos, se for necessário tocar em algo - consigo pensar em algumas circunstâncias nas quais esta última expressão seria bem aplicada. Dito isto, a expressão prova de língua poderia facilmente ser confundida com uma espécie de Jogos Sem Fronteiras do Cunilingus.

experiências universais V:

quando soltamos um flato com um cheiro tão nauseabundo que automaticamente começamos a tentar lembrar-nos do que comemos nas últimas 24h, à procura de algo que eventualmente pudesse originar aquele cheiro.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

experiências universais IV:

quando estamos sozinhos já há algum tempo, descontraidamente soltamos um flato e no momento seguinte chega alguém. Então desejamos que esse alguém esteja apenas de passagem, ou que pelo menos não tenhamos libertado algo muito intenso - enquanto simultaneamente nos tentamos lembrar daquilo que comemos na nossa última refeição e farejamos disfarçadamente o ar à nossa volta, numa tentativa de compreender se o cheiro é perceptível para a outra pessoa.

sábado, 19 de novembro de 2011

obrigado pelo esclarecimento

Nesta semana, estava a cortar qualquer coisa - já não me lembro o que era, mas imaginemos que era um cigano - com uma faca cuja lâmina estava romba e me obrigava a aplicar um esforço anormal que era evidente. Então alguém ao meu lado disse 'essa faca não é grande espingarda.'.
Claro que não! É uma faca! Uma faca merdosa, mas uma faca. Sei muito bem distinguir uma faca de uma espingarda; não precisava de ajuda nesse capítulo. Não é como se eu estivesse a tentar abater um veado a 100 metros, com a faca. Estava apenas a tentar cortar algo. Além disso, se eu estivesse realmente a segurar uma espingarda, não lhe estaria a dar o uso mais correcto, pois não?! Talvez nesse caso já fizesse sentido dizerem-me 'essa espingarda não é grande faca.'.
Mas dado que aquela pessoa se demonstrou tão prestativa a salientar o óbvio, eu retorqui com 'pois não; e também não é grande escova de dentes.'.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

experiências universais III:

procurar activamente um objecto durante uma boa porção de tempo e quando finalmente o encontramos, constatamos que perdemos outra coisa que tínhamos na mão quando começamos a procura.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Junta-te ao Clube do Livro!

No acto de inscrição, enviamos-te como oferta os seguintes livros:

  • Come Com Moderação, Evita As Drogas, Pratica Exercício E Morre De Qualquer Forma;
  • 99 Razões Para Ser Uma Besta;
  • 7 Motivos Para Não Mudar De Roupa Interior;
  • Porque Os Ciganos Têm Pulmões;
  • 20 Bons Motivos Para Simplesmente Não Querer Saber;
  • Na Pior Das Hipóteses, Apanhas SIDA;
  • Diz-me Quem És E Eu Digo-te Que Não Quero Saber;
  • Máscaras Para Usar Em Velórios;
  • 17 Celebridades Que Ninguém Conhece;
  • Dá-me 15 Minutos E Eu Dou-te Uma Doença Venérea;
  • Mutilação Genital Para Principiantes;
  • O Que Usar Numa Circuncisão;
  • 89 Formas Hilariantes De Morrer.

E se te inscreveres até ao final da semana, recebes gratuitamente os seguintes livros:

  • 150 Frases Motivacionais Para Dizer A Surdos Mudos;
  • Decoração De Interiores Para Satânicos;
  • Linguagem Gestual Para Tetraplégicos;
  • 8 Formas De Reutilizar Papel Higiénico;
  • Perdi A Esperança, Meti-me Na Droga E Resultou!;
  • 12 Países Dos Quais Deus Não Quer Saber;
  • Mutilado, Mas Sensual;
  • A Vida De Um Coveiro Romeno;
  • Guia De Locais A Evitar Se Queremos Masturbar-nos Em Privado;
  • 10 Formas De Apagar Um Pequeno Incêndio Com Os Genitais.

Recebe também estes livros de receitas como oferta complementar:

  • 53 Receitas Para Cozinhar Um Recém Nascido;
  • Como Fazer Ovos Mexidos Sem Ovos;
  • Como Fazer Ovos Mexidos Com Ovos;
  • Como Fazer Arroz De Tomate Sem Arroz Nem Tomates;
  • Receitas Para Seropositivos;
  • Sobremesas Que Não Matam;
  • O Significado Das Ervilhas.

E, se te inscreveres ainda hoje, recebes de forma totalmente gratuita os seguintes livros de instruções:

  • Como Parecer Inteligente;
  • Como Montar Um Urso Pardo;
  • Como Fatiar Um Panda;
  • Como Limpar Os Ouvidos Com Uma Black&Decker;
  • Como Torturar Um Anão Com Um Piaçaba;
  • Como Cometer Genocídio Com Um Clip;
  • Como Ser Repulsivo Para O Sexo Oposto;
  • Como Ser Repulsivo Para Pessoas Em Geral;
  • Como Defecar A Meio Da Missa Sem Que Ninguém Perceba;
  • Como Fazer Um Aborto Com Recurso A Uma Cruzeta;
  • Como Castrar Alguém Com A Tampa De Uma Lata De Atum;
  • Como Fazer Tudo Ao Mesmo Tempo;
  • Como Organizar Uma Orgia Tupperware;
  • Como Se Tornar Num Azeiteiro;
  • Como Obter Um Bronzeado Com Um Forno A Lenha;
  • Como Matar Um Gato Bebé Com Um Acordeão;
  • Como Arruinar Um Piquenique;
  • Como Matar Uma Freira Com Um Crucifixo;
  • Como Identificar Um Pedófilo À Distância;
  • Como Compartimentar Os Bolsos;
  • Como Transformar Dor Excruciante Em Rendimento Extra.

Por isso liga já! Junta-te ao Clube do Livro ainda hoje!




[Esta publicação foi baseada no George Carlin's Book Club, sendo que alguns dos títulos foram traduzidos e transcritos.]

R.I.P. George, you old fuck.

história verídica

Estava eu num conhecido hipermercado, quando ouço uma senhora gorda e com um severo défice de aparência dizer - 'Cheira a sangue fresco...'. Imediatamente após a afirmação e mesmo antes de eu ter processado o contexto da mesma, a mulher foi atingida por uma flecha, exactamente no centro da testa. Subitamente saiu um homem a correr do meio do sector dos frescos, derrubando uma caixa de alfaces - o que de certa forma contribuiu para o dramatismo da situação - e espetou uma estaca de madeira no peito da mulher, que quase instantaneamente ficou reduzida a pó.
O homem emanava uma aura sombria. Estava todo vestido com roupas escuras e usava, entre outras coisas, um chapéu preto com um formato estranho e uma espécie de sobretudo com muitas fivelas; preto, também. Além disso transportava com ele uma besta e uma série de estacas e objectos cortantes. Não proferiu uma única palavra e desapareceu tão diligentemente como apareceu. Desde então que me questiono acerca do que aconteceu.

P.S. - posso ter exagerado relativamente à aparência da senhora.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ditos II:

'Quem foi ao mar, perdeu o lugar.' - e se eu estiver à procura de um lugar no mar?

'Acordou morto.' - isto é o que as pessoas dizem quando falam de alguém que morreu enquanto dormia, e dispensa qualquer tipo de comentários.

'Dias uteis.' - TODOS os dias são uteis! Nem que seja para curar a ressaca do dia anterior.
Não dispenso nenhum dos meus dias; todos me fazem falta.


'Quem tudo quer, tudo perde.' - não faz sentido. Se um indivíduo quer tudo, isso significa que ele não tem tudo; logo, é-lhe impossível perder tudo, pois não tem tudo para perder. Pode eventualmente ganhar tudo e perder tudo de seguida, mas nunca irá perder tudo só por querer tudo; não sem antes tomar posse de tudo.
Quanto muito a expressão poderia ser - 'Quem tudo quer, corre o risco de eventualmente adquirir tudo e perdê-lo de seguida.'.

domingo, 6 de novembro de 2011

Coisas que nunca se vê IV:

um padre com um discman e um CD do Marilyn Manson.

Ditos:

'Devagar se vai ao longe.' - sim, mas muito lentamente. Quando lá chegarmos aqueles que foram mais rápidos já levaram tudo!


'Vai pela sombra...' - porquê? Qual é o mal em apanhar um bocado de sol? Além disso é extremamente difícil deslocarmo-nos seja para onde for, sempre pela sombra! Este é o tipo de diálogo que eu esperava ouvir entre vampiros; não entre seres humanos.

'O que arde, cura.' - pois... Digam isso à Joana d'Arc.


'Ou vai, ou racha!' - por que motivo é que tem que ser uma das duas hipóteses? Às vezes o que não vai, simplesmente fica. Não tem necessariamente que rachar. Parece-me demasiadamente dramático.

'Quem cala, consente...' - aqui está uma expressão que é preconceituosa relativamente a todo um grupo de pessoas - surdos mudos.

'Quem desdenha, quer comprar...' - ou então acaba por comprar uma coisa melhor.

'Deus dá nozes a quem não tem dentes.' - esta só demonstra que deus, afinal de contas, não é assim tão bom gestor quanto isso; ou então é simplesmente um idiota sádico.

'Quem sabe, nunca esquece!' - então e a amnésia?

sábado, 5 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

'deus te salve!'

é o que a maioria das pessoas diz, após alguém espirrar... Mas, deus me salve de quê? Do meu espirro? Eu estou a banhar toda a gente à minha volta com muco nasal, mas, deus me salve a mim? Além disso foi só um espirro, não foi como se tivesse desenvolvido um tumor cerebral naquele preciso momento! Parece-me uma expressão excessivamente dramática. E sim, eu sei que há diversas explicações para a expressão - sendo a mais pertinente que a expressão surgiu na idade média, quando uma simples constipação era potencialmente fatal. Isto faz da expressão obsoleta, a menos que o indivíduo em causa padeça do síndrome da imunodeficiência adquirida - que é apenas o termo leigo para SIDA.
Às vezes as pessoas também dizem 'viva!', o que é realmente estranho, dado que neste contexto me parece ser o exacto oposto da primeira expressão. Enquanto uns são demasiadamente zelosos, outros parecem festejar descaradamente a possibilidade de eu estar doente. Esses cabrões!
Há também quem diga 'santinho!' - aparentemente qualquer um pode ser chamado de santo, por apenas ter espirrado. Algo que, se formos justos, é um critério tão exigente como o que a igreja católica tem relativamente à canonização. [1]
Já esta, nunca entendi: 'olha o balão!'. Qual balão?! Nem sequer é S. João! E também não me lembro de ver alguém a sobrevoar a minha casa num balão, para o qual eu pudesse olhar de cada vez que espirro! Não me lembro sequer de ver alguém a viajar num balão, agora que penso nisso. Por isso desculpem-me, mas não sei de que balão é que estão a falar!
Por fim, há aqueles que exclamam 'urso!', ou a variação da expressão no título 'deus te abafe!'; e normalmente esses são os nossos amigos.
Já eu, quando alguém espirra, grito 'cachalote satânico!', o que além de ser original, dá ao indivíduo em questão algo em que pensar, mas não muito; apenas o suficiente para reflectir enquanto se livra do cordão de ranho com 10cm que ficou pendurado no nariz, após ter espirrado.

É curioso como esta coisa das expressões pós-espirro é mais complexa do que parece, não é?


[1] actualmente existem mais de 10.000 santos nomeados pela igreja católica.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

experiências universais II:

estar concentrado a ver qualquer coisa na televisão, subitamente tomar consciência do meu sorriso parvo e sentir-me estúpido por ter sorrido para a TV.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

belzebu mental

Por vezes, em circunstâncias aparentemente inocentes, surgem-me pensamentos involuntários acerca de como algo poderia correr de forma desagradável; como por exemplo, estar a segurar o bebé recém nascido de alguém e ao mesmo tempo estar a imaginar como toda a situação se desenvolveria se porventura o deixasse cair, ou se simplesmente o largasse intencionalmente. Sim, porque neste momento - por algum motivo - dou por mim a ponderar se devo ou não intervir e verificar o resultado. E é certo que estou curioso!
Às vezes estou no carro de outra pessoa, sentado ao lado do condutor e subitamente questiono-me sobre o que aconteceria se eu puxasse o travão de mão em plena auto-estrada, enquanto chove, ou se abrisse a porta em andamento. Ou durante uma cerimónia na igreja - às quais entusiasticamente evito ir -, numa determinada altura em que está um silêncio de morte, penso em como seria constrangedor para toda a gente se eu soltasse um estrondoso flato.
E quem, por exemplo, já esteve num jantar com uma família alheia, onde também lá se encontra um daqueles miúdos mimados e irritantes que estão constantemente a tentar chamar a atenção, e espontaneamente começou a imaginar como seria a recção geral se lhe desse um berro para o calar, ou se calmamente se levantasse do lugar, caminhasse até ele e lhe enfiasse um soco? Eu já. Várias vezes.
Não tenho controlo sobre estes pensamentos e nem sei porque é que os tenho, para começar.
Suponho que seja a forma que o meu subconsciente encontrou para me manter entretido, quando percebe que estou prestes a ficar aborrecido em determinada circunstância. Ou então preciso de um daqueles casacos brancos, que se vestem ao contrário e com os braços cruzados.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ai é? Está bem!


"vá, porta-te mal..."

Serei o único a ficar preenchido por instintos homicidas de cada vez que ouço isto?!
Gostava de saber quem cunhou a frase e fez com que actualmente toda a gente a use, numa tentativa frustrada de ser "fixe".
Pois bem, não é fixe! É estúpido, fútil e frouxo!
Gostava de conhecer pessoalmente o indivíduo que se lembrou desta pérola filosófica. Gostava de ir a casa dele tomar café e conhecer o resto da família; ver as fotos das férias de 2009 na Tunísia e elogiar o penteado da mulher; conversar com as crianças e fazer festas ao cão; talvez até ficar para jantar e debater o buraco financeiro da Madeira. E no final da noite, após nos termos tornado bons amigos e já na parte das despedidas, quando ele me dissesse "vá, porta-te mal..." eu baixava as calças e cagava mesmo no meio do tapete da sala que ele comprou na Tunísia a um vendedor que lhe queria oferecer 20 camelos pela mulher. Depois disso mutilava o cão e limpava as mãos às cortinas. Antes de ir embora revelava-lhe que tinha escondido uma bomba artesanal algures na casa e que estava programada para explodir em cerca de 2 minutos. Além disso as crianças estavam amarradas a um pilar, na cave, com aqueles arames das embalagens de Panrico e eu tinha dado muitas voltas aos arames.

Queria saber se após isso ele ia estar satisfeito por me ter incentivado a portar-me mal.

sábado, 27 de agosto de 2011

epifania

Hoje miijei na tampa da sanita... Distraí-me com a minha figura no espelho e não reparei que estava fechada.
Depois disso fiquei a pensar para que serve a tampa da sanita e quando coloquei a questão a outra pessoa, responderam-me:

"Fechada dá um bom banco... E também tapa um bocado o cheiro."

Ok... Um banco para quê?!
Quem é que decide ir passar tempo no quarto de banho, sem ter vontade de cagar? É que nem sequer há TV! E mesmo que houvesse, volta e meia era expulso do quarto de banho e perdia meio episódio do House, porque alguém teve mesmo que ir cagar!
Relativamente ao argumento do cheiro, na altura em que finalmente baixamos a tampa, as plantas da casa já estão todas amarelas.
Além disso o cheiro que tiver que sair da sanita, sai na mesma. Não é uma panela de pressão; é uma sanita!
E caso o cheiro ficasse realmente preso na sanita até a próxima pessoa abrir a tampa, eu já tinha encontrado a minha avó estendida no chão do quarto de banho.
Não faz sentido haver tampa. Não serve para nada!

Agora sinto-me orgulhoso por ter mijado em cima de algo tão inútil!

É fascinante a forma como algo tão simples como mijar na tampa da sanita nos faz ver o mundo de outra perspectiva e nos faz questionar algo tão comumente aceite...

sábado, 2 de julho de 2011

realismo

Estou cansado de ver programas competitivos onde há sempre alguma mulher entre o público a apoiar um concorrente com um cartaz a dizer, por exemplo:


"GREGÓRIO, A MADEIRA ESTÁ CONTIGO!"


O quê?!

Aquela mulher ainda há poucas horas estava no trabalho a limpar urinóis com lenços de papel, e subitamente é a representante de uma ilha?!
Quem é que decidiu que uma mulher com um Índice de Massa Corporal superior a 40 e com um severo défice de dentição haveria de ser porta voz de uma área geográfica? Ou de seja o que for, agora que penso nisso!
Gostava de saber o que é que acham os restantes habitantes da Madeira...

Eu acho que estas pessoas não deviam aparecer na televisão em canal aberto, para começar. Mas já que isso lhes é permitido, vamos pelo menos trazer algum realismo à situação! Vamos tirar-lhe o cartaz feito pelo filho de 26 anos, que como possuidor do 4º ano de escolaridade é a pessoa com mais estudos na família, e vamos meter-lhe outro na mão, a dizer:


"GREGÓRIO, O DESPERDÍCIO DE UM BOM ABORTO ESTÁ CONTIGO!"

sábado, 14 de maio de 2011

"família à antigamente"

Eu ia começar com boa noite, mas como não sei a que horas vão ler isto: olá.

É verdade que eu não tenho por hábito 'falar' da minha vida pessoal, mas há pouco tempo ouvi uma história fascinante acerca da minha família e decidi partilhá-la com quem efectivamente a quiser ler.
A narrativa original foi-me relatada por um tio que tem um sentido de humor muito apurado e portanto vou tentar manter-me fiel a algumas das expressões que ele usou, enquanto redijo o texto.
Após a história não vou fazer qualquer tipo de comentário adicional, pois acho desnecessário, dado que o que se segue está algures no limiar da perfeição.

Então foi assim:

A história passou-se há uns bons 35 ou 40 anos atrás[obviamente...], quando a minha mãe, a sua irmã [minha tia] e os seus 2 irmãos [meus tios, portanto] eram crianças e viviam num regime militar que foi implantado pelo seu pai [meu avô, que não tive oportunidade de conhecer], que tinha uma "postura de general" e era temido por toda a gente; especialmente pelos filhos e até pela própria mulher.
O meu avô é descrito como uma pessoa extremamente severa, capaz de aplicar sem sequer pestanejar ou demonstrar um átomo de sentimento, punições que nos tempos que correm, poderiam até ser consideradas desumanas. Nomeadamente, obrigar os filhos a alimentarem-se unicamente de broa e água durante uma semana inteira [e a minha avó que não ousasse sequer sonhar acerca de lhes dar comida!]. Isto para não falar da porrada que frequentemente levavam e que "era como se estivesse a bater num homem da idade dele!".
Contudo, até a violência pode ser engraçada, principalmente quando ouvimos relatos acerca de um "biqueiro com a ponta do sapato que acertava sempre direitinho no olho do cu, que era como se ele tivesse treinado aquilo durante toda a vida!".
Mas voltando à história, esta passou-se numa noite em que, como habitual, o meu avô mandou a minha mãe e os meus tios para a cama muito cedo e eles sem sono, decidiram ficar a brincar no quarto [o quarto deles ficava no andar de cima, exactamente por cima do quarto do meu avô]. Então um dos meus tios; o mais novo, que era o mais rebelde e que segundo o meu outro tio "tinha uma panca acentuada", lembrou-se de subir para o topo de um armário e saltar para cima da cama enquanto gritava "sou o Super Homem!", várias vezespara delírio da minha mãe e dos restantes irmãos, que se riam com aquilo enquanto assistiam sentados no chão.
Naturalmente aquela brincadeira fazia algum barulho e eis que subitamente surge um olho e o perfil de uma cabeça entre a porta que estava um pouco aberta e a parede e que "parecia um dinossauro no Jurassic Park" [consta que o meu avô teria subido as escadas até ao quarto, às escuras e sem fazer o mais pequeno ruído que pudesse denunciar a sua presença, com a perícia e subtileza de um felino que se aproxima da sua presa, antes de a atacar e lhe quebrar o pescoço].
Aqueles que estavam sentados congelaram de imediato e o sorriso desapareceu. O olho que se intrometeu no quarto observava atentamente o irmão mais novo que não se apercebera ainda da sua presença e preparava-se para saltar novamente. O olho aguardou pacientemente, focado na criança que estava em cima do armário. A criança saltou e gritou "sou o Super Homem!". Agora já não era só a cabeça dentro do quarto, mas sim toda aquela figura, na sua postura imponente, que inquiriu de forma altiva "o que estás a fazer rapaz?"; ao que o pequeno respondeu, com toda a inocência e bastante amedrontado "sou o Super Homem, pai...". Numa fracção de segundo o rapaz levou um estalo tão violento que bateu com a cabeça no armário, para horror dos irmãos.
O pai virou costas e preparava-se para abandonar o quarto, até que ouviu o filho a chorar. Então o pai virou-se para trás e disse num tom de voz cínico "o Super Homem não chora." e foi embora.

terça-feira, 3 de maio de 2011

capitalismo extremista

Uma loja de roupa [e não só] que me deixa genuinamente revoltado é a 'Pré-Natal'.
Que indivíduo com o mínimo de valores morais havia de se lembrar de vender roupas para fetos?!

Fico indignado por se aproveitarem dos fetos para obter vendas!
Basta que uma futura mãe compre algumas roupas bonitas para o seu feto e as mostre às outras futuras mães, para que automaticamente a loja obtenha mais vendas, pois nenhuma mãe vai deixar o seu feto andar mal vestido comparativamente com os outros fetos, ou ainda pior... Nu!
Parece-me um golpe baixo, aproveitarem-se de um público tão fácil... Afinal de contas muitos deles ainda nem desenvolveram o Sistema Nervoso Central [SNC].

Confesso que apesar da minha indignação e também alguma curiosidade em descobrir que tipo de roupas estão na moda no mundo dos fetos, nunca ousei entrar na loja. Não quero captar nenhuma imagem que me vá atormentar para o resto da vida e potencialmente me impeça de ter filhos.
Não quero ver uma futura mãe, sentada em posição de parto, enquanto o funcionário da loja veste roupas no respectivo feto com a ajuda de pinças e tenazes.

Aproveito também para comunicar que quando tiver o meu próprio feto, não o vou vestir até ao seu nascimento [altura em que já é um bebé e pode até já ser considerado adepto de um clube de futebol e/ou membro de determinada religião].

domingo, 10 de abril de 2011

subtileza

Há uns dias, ia de carro com um grupo de amigos e fomos solicitados a parar numa 'Operação STOP' da GNR [Guarda Nacional Republicana e não Guns N'Roses, embora a segunda hipótese fosse espectacular!].
Procedemos a uma paragem total do veículo, tal como nos foi ordenado [ao invés de uma paragem parcial, acerca da qual fiquei desde então a tentar compreender a mecânica] e o agente da GNR aproximou-se da janela do condutor, formulando a seguinte questão, após requisitar os documentos do condutor e da viatura:

"o sr. tem algo que o comprometa?"

nesta situação podemos responder:

"não, senhor agente. Não tenho em minha posse qualquer artigo ilegal e espero honestamente que a minha resposta satisfaça a sua curiosidade de âmbito profissional. Contudo, desde já declaro que me encontro disponível para responder com sinceridade a qualquer outra questão que me queira colocar e que o ajude no cumprimento do seu trabalho."

ou então:

"sim, senhor agente. Tenho neste momento em minha posse 20Kg de cocaína. Estão dentro da mala, no compartimento do pneu suplente, onde guardo também uma caçadeira de canos serrados, duas pistolas de 9mm e uma besta, da qual, tal como acontece com a caçadeira e com as duas pistolas, não possuo licença de porte. Talvez tenha alguma dificuldade em aceder ao compartimento, devido às 3 mulheres que transporto na mala e que raptei com intenção de exportar para um país de leste, condenando-as à prostituição. A dificuldade poderá ser agravada pela eventualidade de uma delas já se encontrar morta, pois julgo ter exagerado na força com que lhe bati na nuca enquanto a violava, dado que ela não estava a cooperar. Contudo, ainda bem que me livrei do puto que não parava de gritar enquanto eu violava a mãe. Esse já não grita mais.
Tenha atenção para não se cortar na porcelana partida que está espalhada no compartimento do pneu suplente.
Resumindo uma longa história: na semana passada assaltei um museu, estava a arrumar o saque, houve um tiroteio com a polícia, um dos vasos foi atingido por uma bala, partiu-se e desde então ainda não tive tempo para roubar outro carro. Pelo menos acertei com um tiro no agente que partiu o vaso, por isso ele também não se ficou a rir...
E por favor... Por favor! Seja extremamente delicado ao revistar a mala, pois lá também transporto um míssil balístico e uma barra de urânio que estou a guardar para cometer genocídio.
Pronto... Não havia forma possível de esconder dado o modo astuto como a pergunta foi colocada; fiquei rendido a tamanha perspicácia!"


Nota: a segunda hipótese de resposta fará com que o agente recue cerca de 20 metros e chame reforços.

sábado, 9 de abril de 2011

reuniões de tupperware

exacto, a assembleia das donas de casa, desesperadas ou não, mas que certamente não têm grande ocupação, dado que estão dispostas a abdicar de uma bela 6ª feira à noite para dissertar acerca de recipientes de plástico.

Até aqui o fascínio é evidente: "Tupperware... Wow..."

Gostava de saber quem foi o indivíduo que convocou a 1ª assembleia para discutir e fazer demonstrações destes objectos comuns, os tupperwares, como se fosse o Cristóvão Colombo após ter descoberto a América.

Além disso: porquê tupperwares?
Julgo que existem utensílios de cozinha bem mais complexos que tupperwares, e mais merecedores de uma reunião em seu nome:

por exemplo, as cafeteiras.

Não é qualquer pessoa que faz um café decente numa cafeteira. É preciso ter em conta o rácio água/café, de forma ao café não sair fraco, ou forte demais.

Podemos sofrer queimaduras graves, se não fixarmos devidamente a base da cafeteira.

Com a má utilização de uma cafeteira, podemos acidentalmente obter uma bomba artesanal; podemos morrer na cozinha!
Não quero que a última coisa que faço antes de morrer seja colocar uma cafeteira ao lume e aproximar a cabeça para ouvir melhor quando ela começa a fazer ruídos estranhos!

Tudo o que queria era um café...

As cafeteiras produzem cerca de 2300 vítimas por ano.
Os sobreviventes deixam de ser capazes de apreciar um bom café.



13 de Julho de 1985; o pequeno João tinha 6 anos e enquanto se encaminhava para a cozinha, ouviu um estrondo. Milésimos de segundo depois, viu a cabeça da mãe embater com violência na parede em frente a ele, separada do resto do corpo e suja de café.


Hoje o pequeno João tem 32 anos. Em estado catatónico desde então e incapaz de tomar café, João bebe batidos após cada refeição.
João pesa 143Kg e tem ataques de pânico de cada vez que vê uma cafeteira.

Vamos convocar "reuniões de cafeteiras", temos que alertar as pessoas!

O pequeno João agradece.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

“Estás comigo, estás com deus."

Conhecem a expressão? Claro que conhecem!

Significa que com aquela pessoa estás bem, estás seguro e não te acontecerá nada de mal.

Mas será assim tão bom estar com deus? Afinal nunca alguém esteve com ele para pôr a expressão à prova. Pelo menos alguém que sobrevivesse para relatar a experiência...

Já ocorreu a alguém que talvez não seja assim tão bom estar com deus?

Se calhar ele fala alto de mais; se calhar tem mau odor; se calhar é daquelas pessoas exasperantes que sentem uma necessidade intrínseca de estarem constantemente a picar-nos com o dedo enquanto falam connosco; ou então solta flatulência e culpa as pessoas que se encontram ao seu redor, mesmo quando só está ele e mais um indivíduo.
São estas as possibilidades que eu pondero enquanto estou sentado na sanita, à espera que alguém vá comprar papel higiénico, que entretanto acabou.

Temos que pensar nestas coisas.
Não podemos apenas assumir que é bom estar com deus.

E será que estar com deus é assim tão seguro?

Que tal perguntarmos àqueles crentes que morreram no Brasil, quando a igreja onde estavam desabou sobre eles?

Perguntemos aos peregrinos que morreram numa derrocada em Meca, há uns anos atrás. Deus também estava com eles.

Ou então perguntemos aos mais de 140 peregrinos que morreram no desabamento de um muro num templo hindu, em Setembro de 2008. Deus também não interviu por eles.

Se estas pessoas sobrevivessem, diriam que era um milagre. Tal como aterragem de emergência em que toda a gente sobrevive, ou mesmo a neuro-cirurgia em que tudo corre bem. Um milagre! Tudo obra do senhor.

Contudo parece que nestes casos a força de deus não foi suficiente para evitar que aquelas estruturas desabassem por cima daqueles religiosos.

Mas então deus consegue aterrar um avião de emergência e fazer uma cirurgia complexa, mas não percebe nada de construção civil?
Onde está a omnipotência afinal?

Já agora, qual é o oposto de milagre?

Confesso que acho uma certa piada mórbida quando ligo a TV e está a dar a notícia do desabamento de mais um templo ou igreja, que matou umas dezenas de religiosos.
Tenho curiosidade em saber se eles ainda têm tanta consideração por deus, como tinham antes de serem feitos em papa, por uma parede de duas toneladas.
Afinal de contas morreram no santuário. O lugar santo livre de todo o mal.

Pois onde está a santidade em morrer soterrado?
Vão dar entrada no paraíso alguns religiosos bastante chateados. Ou no inferno.

Alguns religiosos vão para o paraíso, a maioria não…

Tento imaginar como será a conversa destas pessoas com deus e não consigo parar de rir.

Vejam bem a ironia da situação:

estas pessoas viviam em função daquela entidade invisível, adoravam-na e cumpriam os seus mandamentos; tudo em prol do conforto divino. E o que ganharam com isso? Ganharam um pedaço de betão santificado, mesmo em cima do crânio.

Pois a verdade é que não há nenhum deus
Não há paraíso, nem inferno. 
Não há omnipotência, nem milagres. 
Nem tão pouco há lugares santos. 
E a expressão: “estás comigo, estás com deus”,
na verdade significa: “estás por tua conta”.
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